
Bandetes fizeram bonito e venceram São José na morte súbita
A primeira etapa da nova Copa SP de Rugby feminino ocorreu nesse domingo no SPAC, em um dia que começou com sol e terminou debaixo de garoa e muito frio, prejudicando um pouco os jogos finais. Apesar da oferta de doze vagas, apenas dez equipes participaram da etapa, entre elas as novatas da União de Rugby Alphaville e as meninas da FMU, que estrearam em competições oficiais, ao lado de equipes tradicionais como SPAC, São José, Bandeirantes, Pasteur, e outras com um pouco mais de experiência, como Rugby Indaiá (ex-Tornados Indaiatuba), USP, EACH (USP Leste) e Jacareí.
O SPAC atuou sem suas principais jogadoras, utilizando a base do SPAC Lions, também com boas jogadoras, mas em alguns casos, com menos experiência que o grupo principal, mas isso não foi empecilho para a equipe conseguir boas vitórias. As anfitriãs venceram as meninas de Alphaville sem dificuldades, por 31 a 0 e encararam as meninas do Indaiá, que haviam sido derrotadas na estreia pelo Pasteur. Apesar da maior qualidade técnica das adversárias em relação à partida de estreia, novamente o SPAC foi superior e venceu com alguma folga.
A equipe de São José abriu o dia de competições e começou passando por cima das novatas da FMU, por 59 a 0, o maior placar de toda a etapa, e na sequência, venceu facilmente as vizinhas do Jacareí, com muito pouco tempo de Rugby, e por isso ainda não mostram os mesmos resultados das equipes masculinas de sua cidade, mas o time aos poucos começa a mostrar evolução, apesar de pecar na leitura de jogo e na força física.
As meninas do Bandeirantes chegaram perto do São José, e logo na estreia, mostraram porque eram uma das favoritas. Venceram as meninas da EACH, que são treinadas por uma jogadora do Bandeirantes e depois enfrentaram as meninas de Alphaville, que perderam para o SPAC na sua primeira partida, e não conseguiram evitar nova derrota frente as Bandetes, que imprimiram um jogo muito rápido e não tiveram dificuldades para fazer 41 a 0.
Uma das equipes mais tradicionais do país, o Pasteur nunca prezou por uma equipe feminina muito forte, que rivalizasse com as demais que encontram nos times masculinos, times de igual força, como Bandeirantes, São José e SPAC. Mas as francesas mostraram que essa impressão pode estar com os dias contados, pois mostraram nítida evolução, tanto técnica como tática, apesar de passar por alguns sustos. Na estreia, tiveram dificuldade para vencer o Indaiá, que foi muito valente na defesa e ainda anotou dois tries, mas não foi capaz de sair com a vitória. Na partida seguinte, venceu com mais facilidade as meninas da EACH.
As meninas da USP mostraram uma equipe com novos rostos e a mesma disposição de sempre. Vindo de uma série ruim de resultados nos últimos campeonatos que participou, as meninas conseguiram vencer o Jacareí com muita dificuldade, apenas 5 a 0 e depois superou a FMU com mais facilidade, conseguindo assim, garantir um lugar na disputa de quinto e sexto lugar.
A formulação do regulamento foi alvo de críticas de diversas equipes, que acharam mais justo uma disputa entre todas as equipes de um grupo. As equipes se classificaram para as finais baseado na pontuação conquistada ao longo do dia. Assim, São José e Bandeirantes, com mais de noventa pontos anotados, chegaram às finais, cabendo à SPAC e Pasteur realizar a disputa de terceiro lugar, USP e Jacareí realizarem novo confronto, desta vez valendo o quinto posto, seguido por Indaiá e Alphaville e EACH e FMU, finalizando o campeonato.
EACH, Indaiá e USP não tiveram dificuldade para superar suas adversárias, com destaque para grande atuação das meninas da USP, que jogaram muito melhor que na estreia. Na disputa pelo terceiro lugar, já debaixo de chuva, e com os holofotes acesos, o SPAC teve dificuldade para inaugurar o placar, batendo de frente contra a defesa francesa. Se defendeu bem, não se pode dizer o mesmo do ataque, que não ameaçou o ingoal adversário ao longo da partida, e o SPAC conseguiu uma vitória difícil por 21 a 0, garantindo a terceira posição no campeonato. O susto na partida ficou por conta da jogadora Denise, que precisou de ambulância para ser retirada de campo.
Na grande final, as duas melhores equipes do dia fizeram o que se esperava delas. Buscaram o try a todo o momento, em uma partida um pouco travada em função da chuva que caía, que resultou em diversas reversões de posse de bola e scrums. O Bandeirantes chegou com perigo mais vezes, mas pararam na defesa joseense e em seus próprios erros dentro dos 22m, e o primeiro tempo acabou empatado em zero a zero. Uma curiosidade da partida foi a substituição do árbitro da final, Alberto Nepomuceno, que ao pisar em um buraco do campo, sentiu uma fisgada na coxa e deu lugar a Guillaume Ribera. No segundo tempo, o Bandeirantes saiu na frente finalmente, após insistir nas jogadas pelo centro, e não abdicaram do ataque, mas viram as meninas do São José, empurradas pela pequena torcida presente, que tentava se fazer ouvir no meio da torcida bandeirantina, partir para o tudo ou nada em busca ao menos do empate, que levaria a partida para a prorrogação. A partida se encaminhava para o final, e o Bandeirantes ensaiava uma comemoração, quando Karina, correu pela ponta direita, do meio campo, de livrou da marcação com um handoff que levou a torcida ao delírio e correu até o ingoal para apoiar o try. Cabia aà Edna Santini converter o chute para dar o título ao São José, e a jogadora procurou muito o momento certo de converter o chute, esperou e se concentrou o quanto pode, mas o chute saiu rente à trave esquerda, e a partida foi para prorrogação. A chuva não cessou, e no recomeço, novamente as meninas do Bandeirantes tomaram conta das ações do jogo, e após recuperar a bola, ainda no primeiro tempo da prorrogação, Juliana superou as adversárias em velocidade e anotou o try do título para delírio da comunidade bandeirantina, que vivenciou um fim de semana quase perfeito, que começou com vitória no Paulista A, e terminou com o título das meninas.
Alberto Nepomuceno e Guillaume Riberá se revezeram na arbitragem ao longo de todo o dia, e merecem aplausos dos participantes.
Veja todos os reusltados da etapa
São José 59 X 0 FMU
Jacareí 0 X 5 USP
Bandeirantes 53 X 0 EACH
SPAC 31 X 0 URA
Pasteur 29 X 14 Indaiatuba
São José 33 X 0 Jacareí
USP 27 X 0 FMU
Bandeirantes 41 X 0 URA
SPAC 26 X 5 Indaiatuba
Pasteur 33 X 0 EACH
Finais
São José 5 X 10 Bandeirantes (morte súbita) - Final
SPAC 21 X 0 Pasteur - 3º lugar
USP 19 X 7 Jacereí - 5º lugar
URA 5 X 26 Indaiatuba - 7º lugar
FMU 0 X 29 EACH - 9º lugar
Classificação final
1 - Bandeirantes - campeão
2 - São José
3 - SPAC
4 - Pasteur
5 - USP Feminino
6 - Jacareí
7 - Indaiatuba
8 - União de Rugby de Alphaville
9 - EACH USP
10 - FMU
Veja o álbum de fotos dessa grande celebração do Rugby feminino no estado de São Paulo. O mau tempo e a pouca luminosidade nas finais prejudicou a qualidade das fotos, então pedimos desculpas de antemão à SPAC, Pasteur, Bandeirantes e São José, por falta de fotos das últimas partidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário