Outro cigano do Rugby. Desta vez, um cigano do Sul. Por onde morou, contribuiu para o crescimento do Rugby, principalmente no interior do País. No Rio Grande do Sul, “Cusco” significa “cachorro”, mas também é o apelido desse cigano, Rafael Rodrigues, Médico Veterinário, com 14 anos de esporte. Para ele, vitórias e derrotas são passageiras, mas o Rugby é repleto de atitudes respeitosas, que dificilmente são esquecidas, além de ter uma força de imprimir valores nas pessoas. “Ser bom, mas não ser ingênuo”, é o lema dele.
Saiba mais sobre esse cigano do Sul.
Cusco, onde e como você conheceu o Rugby? Com que idade?
Conheci o Rugby na faculadade (Lages-SC), na minha primeira semana de aula, quando fui convidado a jogar no Caveros Rugby. Eu tinha 21 anos então.
O que te fez levar o Rugby nas cidades onde morou?
Durante meus anos de estudo em Lages, juntamente com amigos, tínhamos a responsabilidade de manter o time do Caveros vivo. Como se trata de uma equipe Universitária, entram e saem atletas durante todos os semestres. Isso, somada a paixão pelo esporte, cria um vínculo muito forte com o Rugby. Sempre nos levando a fomentar o Rugby, onde quer que se esteja.
Aliás, por que cidades morou e por que clubes jogou?
Já vesti muitos uniformes de Rugby (Desterro, Farrapos, Universitário-SC, Galo Branco..). Mas apenas tive vínculos com 3 equipes: Caveros (8 anos), Serra (3 anos e pouco) e Walkirians (6 meses).
Como foi a aceitação da comunidade local com o Rugby?
Em Caxias do Sul-RS, quando cheguei o Rugby já existia há uns 2 anos. Mesmo com o desinteresse da comunidade, sempre tivemos nosso espaço. Mas recordo muito bem do período de Lages. Onde o Caveros era apenas conhecido na faculdade. E quando começaram a ser organizados campeonatos ali, a direção que era dada as reportagens (sempre enfatizando a “violência” do esporte) não auxiliavam na captação de novos atletas. Atualmente, no Walkirians, fomos muito bem recebidos por uma comunidade de Caxias do Sul. Os responsáveis pelo local não entendem muito bem o jogo ainda, mas apoiam e nos acolhem. Hoje, com o apoio da mídia, nota-se que o Rugby é mais bem visto.
O que o Rugby significa para você? E o que você procura transmitir aos atletas?
Te afirmo que sou um apaixonado pelo Rugby. Fiz bons amigos, em diversas partes do País, graças a ele. Busco muito respeitar a todos, dentro e fora do campo. Tento sempre, que os que iniciam no Rugby, entendam que resultados são rapidamente esquecidos, mas que atitudes respeitosas, dificilmente serão. Digo que respeitar é jogar duro. Respeitar é mesmo perdendo, não desistir
Com que o Rugby pode contirbuir para a sociedade?
Formando jovens (base e juvenil), melhorando o esporte quando se defendem as cores do Brasil (atletas em idade competitiva) e integrando diferentes gerações (veteranos, estrangeiros que escolheram o Brasil e colegas que buscam se divertir e fazer amizades). O Rugby tem essa força de imprimir valores nas pessoas. Que esta seja a sua contribuição para a sociedade.
Em que acha que deve se pautar o desenvolvimento do Rugby Brasileiro?
Maior visibilidade do esporte. Com a maior divulgação do Rugby, haverá mais apoio de empresas e instituições, elevando indiretamente o nível do esporte.
O que o Rugby tem que os outros esportes não têm?
Ser um esporte, realmente, de grupo. Onde uma equipe pode vencer jogos sendo mais homogênea, mesmo que com seus jogadores apresentando um nível técnico menor do que seu adversário. Onde um atleta tecnicamente muito bom, não consegue levar “nas costas” um time. Mas com as orientações deste atleta, uma equipe mediana pode se fazer GIGANTESCA dentro de campo.
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