
Superpotências na política, coadjuvantes no rugby
Os gigantes adormercidos! Estados Unidos e Rússia são duas nações poderosas, potências olímpicas, mas não têm muito destaque no rugby. Os americanos, têm no passado de seu rugby seu maior trunfo, com um título olímpico. Os russos têm em seu projeto para o futuro a esperança de obter destaque com a bola oval. No seven-a-side eles vivem um momento de destaque internacional, resta conseguir o mesmo para as seleções de XV. Águias e Ursos caíram no mesmo grupo no Mundial, e tudo leva a crer que farão um duelo direto contra a última posição. A vantagem, por ora, é dos Estados Unidos, que venceram os russos na última Churchill Cup, por 32 x 25.
Conheça os azarões do Grupo C!

Seleção: Estados Unidos
Apelido: Eagles (Águias)
Participações em Mundiais: 5 (1987, 1991, 1999, 2003 e 2007)
Melhor colocação em Mundiais: 3º lugar na fase de grupos, com 1 vitória (em 1987), e 4º lugar na fase de grupos, com 1 vitória (em 2003)
Campanha na Copa do Mundo de 2007: 5º lugar no Grupo C, 1 ponto, com 4 derrotas
Jogos na Copa do Mundo de 2011:
vs Irlanda, dia 11/9, em New Plymouth
vs Rússia, dia 15/9, em New Plymouth
vs Austrália, dia 23/9, em Wellington
vs Itália, dia 27/9, em Nelson
Histórico dos confrontos diretos:
vs Irlanda: 6 jogos, 6 vitórias da Irlanda. Último jogo: Estados Unidos 10 x 27 Irlanda, em 2009
vs Rússia: 3 jogos, 3 vitórias dos Estados Unidos. Último jogo: Estados Unidos 32 x 25 Rússia, em 2011
vs Austrália: 6 jogos, 6 vitórias da Austrália. Último jogo: Estados Unidos 19 x 55 Austrália, em 1999
vs Itália: 2 jogos, 2 vitórias da Itália. Último jogo: Estados Unidos 25 x 43 Itália, em 2004
A terra do futebol americano.E um dia terra do rugby, afinal, o futebol americano nasceu do rugby. O esporte chegou às universidades na década de 1870, mas há relatos da presença do rugby desde os anos 1840. Com a mudança nas regras e o advento do futebol americano, o rugby decaiu paulatinamente. No início do século XX, o nível do rugby jogado nos Estados Unidos ainda era alto, com a seleção local recebendo All Blacks e Wallabies, e perdendo por placares apertados. Em 1920 e 1924, os Estados Unidos conquistaram o bicampeonato nos Jogos Olímpicos, que eram disputados na modalide de XV. Os americanos bateram a França nas duas edições. A partir da exclusão do rugby das Olimpíadas, o esporte entrou em profundo declínio no país.
A partir dos anos 60 e 70, o rugby experimentou um renascimento, com o crescimento do esporte nas universidades e em clubes sociais. O ressurgimento fez dos Estados Unidos uma figura quase sempre presente nas Copas do Mundo, ficando de fora somente em 1995. Diferente de outros esportes estadunidenses, o rugby se manteve amador e o principal campeonato nacional, a Super League, é disputada por clubes, e não por franquias esportivas. Os principais atletas do país tentam a sorte em clubes profissionais no exterior, mas muitos dos Eagles atuam nos Estados Unidos. O técnico Eddy O'Sullivan apostará no Mundial em atletas renomados, como Ngwenya e Swiryn, que auam no Top 14 francês, e com novas promessas, como James Paterson, nascido na Nova Zelândia e único Eagle que atua no Super Rugby, pelos Highlanders. Ao lado dos profissionais, estarão atletas que jogam no rugby de clubes e no universitário dos Estados Unidos.
O grande empecilho aos bons resultados do time estadunidense é a falta de uma liga profissional e de interesse do público local, ainda pouco familiarizado com o jogo. Os resultados mais importantes vem sendo obtidos no seven-a-side, com a participação dos Estados Unidos na Série Mundial de Sevens. Com o sevens se tornando olímpico, os interesses americanos se voltaram para o rugby, mas ainda não para o jogo de XV. Em 2011, o rugby fez algumas importantes aparições na televisão local, e o rugby universitário (College Rugby) ganhou um novo impulso com a criação da College Premier Division de XV e do Collegiate Rugby Championship Invitational Sevens, ambos transmitidos pela TV. A expectativa é que a Copa do Mundo crie um maior interesse pelo esporte no país, contudo, os horários dos jogos poderão frustrar as expectativas. No início do ano, a revista The Economist apontou o rugby como o esporte que mais cresce nos EUA.
Para a Copa do Mundo de 2011, a expectativa é que os Eagles vençam a Rússia, e nada mais. O péssimo rugby apresentado na Churchill Cup 2011 preocupa.

Seleção: Rússia
Apelido: não tem um oficial (Ursos, extraoficial)
Participações em Mundiais: Primeira participação
Melhor colocação em Mundiais: Primeira participação
Campanha na Copa do Mundo de 2007: não participou
Jogos na Copa do Mundo de 2011:
vs Estados Unidos, dia 15/9, em New Plymouth
vs Itália, dia 20/9, em Nelson
vs Irlanda, dia 25/9, em Rotorua
vs Austrália, dia 1/10, em Nelson
Histórico dos confrontos diretos:
vs Estados Unidos: 3 jogos, 3 vitórias dos Estados Unidos. Último jogo: Rússia 25 x 32 Estados Unidos, em 2011
vs Itália: 3 jogos, 3 vitórias da Itália. Último jogo: Rússia 7 x 67 Itália, em 2006
vs Irlanda: 1 jogo, 1 vitória da Irlanda. Último jogo: Rússia 3 x 35 Irlanda
vs Austrália: nunca se enfrentaram
Foram mais de 20 anos de espera, mas finalmente os russos estarão em uma Copa do Mundo. A política e a ideologia mantiveram os russos longe dos primeiros Mundiais. Em 1986, a União Soviética foi convidada a participar da primeira Copa do Mundo, de 1987, mas recusou o convite pela participação da África do Sul do apartheid nas reuniões, mesmo estando proibida de participar do torneio pelo boicote internacional. A equipe também não participou das eliminatórias para a Copa do Mundo de 1991, debutando na disputa somente em 1994, nas eliminatórias para o Mundial de 1995.
Nos primeiros anos após o fim da União Soviética, o rugby union sofreu na Rússia. A queda do comunismo abriu o país à influência do profissional rugby league. O Campeonato Russo de Rugby League surgiu em 1991, já no regime semi-profissional, e drenou do rugby union muitos dos principais atletas. O esporte cresceu e rivalizou à altura com o rugby union, igualando-se (e até superando-o) em popularidade. Foi somente na década de 2000, com a melhora dos resultados da seleção russa de rugby union que o rugby league começou a perder terreno em detrimento do Union. O dinheiro afluiu para o rugby do país, com o aumento do interesse pela Copa do Mundo. Em 2003, os russos poderiam ter se classificado para o Mundial, mas escalaram jogadores irregulares na repescagem mundial contra a Tunísia, e foram suspensos. Se no rugby union de XV o progresso era paulatino, no sevens os resultados apareceram mais rápido, com a participação constante do selecionado local em etapas de Série Mundial de Sevens e na Copa do Mundo de Sevens (na qual debutaram em 2001).
Os principais clubes do país enriqueceram (tendo capital equivalente a clubes de segunda divisão francesa e inglesa), e iniciaram um processo de profissionalização de seus altetas, consumado com a criação de um Campeonato Russo fechado e totalmente profissional em 2010, ano que a Rússia conseguiu o feito histórico de se classificar para a Copa do Mundo, ao terminar o Europeu de Nações com o vice-campeonato. O grande impulso para os investimentos no rugby foi a inclusão do esporte nos Jogos Olímpicos (que levou também à perseguissão contra o rugby league, posto na informalidade).
A seleção russa obteve o vice-campeonato do Europeu de Nações na temporada 2008-10, mas caiu para a quarta posição no Europeu de Nações de 2010. Nas duas últimas edições da Churchill Cup, os russos foram discretos. Terminaram com a quinta posilção em 2010, batendo somente o Uruguai, e na última posição em 2011, perdendo todos os jogos. Nas duas edições, a Rússia enfrentou os Estados Unidos, adversário de grupo na Copa do Mundo de 2011. Nas duas oportunidades os Ursos foram derrotados, mas na última edição o resultado foi melhor (22 x 39, em 2010, e 25 x 32, em 2011).
O que se poderá esperar da primeira Copa do Mundo dos russos? Não muita coisa. Eles prometem apenas lutar muito contra os Estados Unidos pela vitória ou, ao menos, por um ponto-bônus.
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