O NOVO MAPA DO RUGBY BRASILEIRO

Há cerca de 10 anos Rio de Janeiro e São Paulo eram os estados que mais “forneciam” jogadores às Seleções Brasileiras de Rugby. No Rio, o Niterói RFC até hoje contribui em muito com o Brasil, como por exemplo com Daniel Gregg e David Grael (na Seleção XV), as irmãs Futuro no feminino, além de integrantes da Comissão Técnica, como Michel Kalil e Márcio Corchs. Em São Paulo, as tradicionais equipes do Rio Branco, Pasteur, SPAC, Bandeirantes, além do São José, localizada em cidade do interior, mas localizada no eixo entre as duas principais cidades do País. No passado, Alphaville, Nippon e Medicina em São Paulo; e o Rio Rugby FC e o próprio Niterói, da capital fluminense, possuíam jogadores nas Seleções Brasileiras. Existem exceções, como o Desterro RC, de Florianópolis, que a partir do final da década de 1990, depois dos títulos nacionais conquistados, passou a ter mais jogadores nas Seleções, exemplo de Ige, Rejão e Nativo.

No entanto o mapa do Rugby Brasileiro começou a mudar de 10 anos pra cá. Começou a sair do Eixo Rio-São Paulo. Dos mais antigos, ressalta-se a presença do “Baiano”, do Charrua RC (Porto Alegre). Na Seleção Feminina, Amanda e Laura Orozco (BH Rugby). Atualmente há na Seleção Brasileira Feminina atletas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo e interior de São Paulo. Na Seleção Masculina XV, os dois extremos do País fazem presença, com Júlio Costa (San Diego RC – Porto Alegre) e Vítor Medeiros (Potiguar RC – Natal), além do interior de São Paulo (onde cidades com 30 mil habitantes já possuem uma equipe), com Marcelão (Ribeirão Preto) e Renan (Jequitibá – Campinas). Na Seleção Masculina 7s, o Rugby Baiano teve também representantes na equipe durante o estágio de preparação para o Sul-Americano de Bento Gonçalves, em Fevereiro passado, quando o Brasil conquistou a 3ª posição, depois de haver vencido Argentina e Chile.

Meninas do ES campeãs brasileiras universitárias em 2010 (Pollyanna Pádua/CBDU)

Somos hoje, segundo o IBGE, quase 200 milhões de habitantes e o Rugby está crescendo. É preciso levar o Rugby para todos os cantos do País, com políticas de formação e desenvolvimento. Capital humano nós temos, muitos jovens atletas com tamanho e velocidade. É preciso levar o Rugby até eles e mostrar que é uma modalidade em que poderão desenvolver suas habilidades. Este novo mapa das Seleções Brasileiras é espelho do crescimento do Rugby no País, fruto do trabalho de pessoas apaixonadas pelo esporte que estão contribuindo em muito para o seu crescimento no Brasil.