TEMPLÁRIOS RUGBY CLUBE

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10 de fev. de 2011

FALANDO DE RUGBY: ANTÔNIO MARTONI

Comentarista da ESPN e diretor esportivo da CBRu, Martoni nos concedeu uma brilhante entrevista!

Hoje o "Falando de Rugby" terá a honra de publicar a entrevista que fizemos com um dos grande porta-vozes do rugby brasileiro e um dos maiores jogadores da história de nosso de rugby: Antônio Martoni, comentarista da ESPN e diretor esportivo da CBRu. Uma entrrevista absolutamente imperdível!

Ficha técnica

Nome: Antonio Martoni Neto

Apelido no rugby: Martoni

Idade: 49 anos

Nacionalidade: Brasileiro

Clube atual: Confederação Brasileira de Rugby

Clubes onde atuou: juvenil : Colégio São Luiz e Objetivo

Adulto : Mauá, Nippon, Joerg Bruder e Bandeirantes

Seleções que defendeu:

Brasileiras: Infantil, juvenil, universitária e principal

Seleção Paulista: Universitária e Principal

Posição:

juvenil : Hooker e terceira linha

adulto : scrum-half e abertura

1 - Com quantos anos começou a jogar rugby? Quando o rugby passou a ser parte de sua vida?

Com 13 para 14 anos alguns amigos me levaram para ver um treinamento no Colégio São Luiz .

Desde muito jovem tive oportunidade de jogar nas seleções brasileiras, na minha época existia a infantil, onde aprendi muito, depois joguei sul-americano juvenil com 16 anos, aos 17 anos fui convocado para a Seleção Principal onde tive a oportunidade de disputar meu primeiro Sul-Americano Adulto em Santiago do Chile.

Durante o período das categorias de base, ao mesmo tempo que jogava rugby também jogava futebol. Primeiro Futsal, comecei com 8 anos e aos 14 anos fui para o campo, onde tive um bom destaque e num determinado momento ( aos 18 anos) tive que optar entre o rugby amador e o futebol profissional, havia recebido uma boa proposta de uma grande equipe, mas pelo rugby declinei do futebol;

O rugby e aquele primeiro Sul-Americano Adulto modificou inteiramente minha forma de pensar o esporte, me ensinou valores que não havia encontrado em outras modalidades, apesar de enormes perdas financeiras sabia que o queria para minha vida era jogar rugby, no melhor nível possível, foi uma escolha muito difícil, apesar de ter todo o conforto, não trabalhava, já cursava a Faculdade de Direito, mesmo assim dispensar um esporte como o futebol tem um apelo emocional tremendo.

2 - Como se preparava para cada partida?

Aprendi desde garoto que estando bem condicionado fisicamente (na minha época quase não se falava em academia, não haviam grandes academias, somente as de bairro, que tinham uma vertente para o boxe), desde os 16 anos por conta do rugby e do futebol tinha uma vida muito regrada e de intenso treinamento tanto na “academia” quanto nos campos.

Com isso me sentia seguro para jogar no melhor nível possível físico, ciente que com muito treinamento de fundamentos teria algum sucesso como jogador de rugby, treinava diariamente passe, tackle, chute, etc, sozinho ou com algum irmão ( somos em 4 e todos jogavam rugby).

Minha semana então após muito treinamento estava completa no sábado, quanto efetivamente jogaria, no dia anterior ia apenas para as aulas, depois ficava descansando até a manhã do dia do jogo, logo cedo engraxava minha chuteira, verificava todo meu uniforme, me alimentava bem, e do momento que saia de casa até chegar ao local da partida ficava muito calado, concentrado.

Sempre relacionei o rugby com musica, em particular o Rock que gosto muito, normalmente ia de carro aos jogos e durante todo o caminho ouvia no volume mais alto possível, naquela época não havia sequer head-phones, ou seja, quem pegava carona ou gostava de rock bem alto, ou desistia da carona, alem da péssima companhia que eu era por quase não me comunicar.

Normalmente chegávamos uma hora antes da partida, daí pra frente era repassar as jogadas, mentalizar uma atitude vencedora e ansiosamente aguardar o apito do arbitro.

3 - Poderia nos contar algo sobre um momento memorável como jogador de rugby?

Minha carreira como jogador sempre foi muito feliz, tive apenas uma contusão grave em 25 anos, joguei bastante e durante muito tempo, ganhei títulos em todas as categorias que joguei, mas os jogos de seleção, desde vestir a camisa do Brasil, passando pelo Hino Nacional até as emoções vividas dentro do campo são inesquecíveis.

Ser fundador de um clube de rugby (Bandeirantes) e ter a oportunidade de ser campeão com ele em todos os torneios do Brasil, alem das inúmeras viagens internacionais que conseguimos realizar, jogando em países tão diferentes, levando o nome do Brasil e do clube por todo o mundo também fazem parte do meu DNA de jogador .

Mas, talvez a melhor lembrança que tenho como jogador é de estar perto dos colegas, dentro do campo, como scrum-half que fui durante muitos anos, estar ao lado dos jogadores no lateral, introduzir a bola no scrum, estar junto e lutando sempre, acho que é o que me recordo com mais carinho.

4 – E como treinador?

Como treinador também fui muito feliz, primeiro pela receptividade dos jogadores que jogaram comigo e souberam me respeitar na nova função, os títulos foram conseqüência de muito treinamento e sacrifício, não posso escolher algum em especial, o primeiro título da historia do rugby brasileiro de seleções, em 2000, no Sul-Americano B me deu enorme satisfação.

Mas, acho que ter domado decisões difíceis, sem privilegiar ninguém, optando sempre pelo melhor para o grupo , talvez sejam as minhas melhores recordações, até hoje os jogadores me retribuem esse carinho e respeito, mesmo que por vezes em algum momento eu tenha deixado alguém no banco, ou mesmo cortado de um grupo de seleção, o respeito e educação com que sou tratado até hoje me dão alegria por esse período.

5 – Como você avalia a presença do rugby na ESPN? Como vem sendo o retorno tanto da emissora como do público?

A Copa do mundo na França em 2007 foi um divisor de águas dentro da emissora, até então o rugby vinha fazendo parte da programação por conta de muita insistência minha e também por toda a equipe diretiva da emissora, que sempre apoiou o rugby incondicionalmente.

Os índices de audiência da Copa do mundo mudaram a perspectiva da emissora, o rugby passou então a ser olhado como um produto com potencial financeiro.

Os grandes eventos de seleções, como os amistosos de novembro, os jogos dos Barbarians e principalmente o Six Nations são os produtos com maior visibilidade e identificação com o publico, a Heineken Cup ainda mostra dificuldades do publico de uma forma geral por ainda ter alguma dificuldade em identificar os clubes, hoje em dia melhorou, mas ainda esta longe da audiência dos jogos de seleções.

Alem das medições dos institutos de pesquisa especializados, dentro da casa é também muito importante a interação dos fãs de esportes com o evento ao vivo, nesse ponto o rugby apresenta algumas dificuldades, me parece que não interagir seja uma característica de quem assiste rugby, muito similar ao do futebol, defendo inclusive a tese de que por ser um esporte dinâmico, em que num lance a partida muda completamente os fãs de esportes tem receio de perder alguma jogada e por conta disso ficam com a atenção totalmente voltada para a partida, de qualquer forma maior interação é o que buscamos no momento para segmentar o esporte como um dos grandes dentro da emissora.

Neste ano em particular a Espn investiu muito no rugby, teremos a conclusão da Heineken Cup a partir de janeiro, em fevereiro e março o Six Nations, e, na sequência, após muitas negociações transmitiremos todo o Tri-Nations antecedendo a Copa do Mundo na Nova Zelândia.

6 - Qual sua visão sobre o presente e o futuro das seleções brasileiras?

Sempre defendi que jogador brasileiro em qualquer modalidade esportiva é especial, nosso país é formado de gente de todos os cantos da terra, que junto com os habitantes nativos formou um povo único, diferente, uma profusão de idiomas e culturas que se traduziu em brasilidade, no esporte não é diferente, nosso potencial é imenso.

Por outro lado infra-estrutura, dirigência especifica, planejamento, compromissos, metas, valorização, mídia, quase tudo o que se refere ao esporte brasileiro é ainda muito insipiente, nos esportes de menor visibilidade, como é o caso do rugby, as necessidades vão alem disso tudo e as dificuldades são enormes.

Acredito muito em gestão corporativa, como a que empregamos no momento na Confederação em conjunto com o Grab, liderada pelo nosso Presidente Sami Arap, mais ainda, a Confederação é formada em sua grande maioria por ex-jogadores de grande nível, jogadores que em seu tempo foram protagonistas e via de regra pertenceram as seleções brasileiras, e que na vida pessoal e profissional também brilharam, o que cria um ambiente de empresa mesmo, com metas, planejamento, objetivos, execução, voltada única e exclusivamente para a melhora do rugby como um todo.

No plano do Alto Rendimento estamos iniciando uma grande trabalho na preparação de atletas e grupos, tanto técnica quanto física, buscamos incessantemente a tecnologia como ferramenta impar na capacitação de todos, dirigentes, treinadores, atletas, preparadores, consultores estrangeiros, fisioterapeutas, psicólogos, etc. Acreditamos piamente que nossa missão é colocar o rugby do Brasil inserido no contexto mundial, e que infra-estrutura, recursos financeiros, visibilidade, capacitação, desenvolvimento, são as pedras que podem pavimentar essa longa estrada, alem da filosofia empregada em tudo isso, respeitando sempre as características do nosso povo,de como nós somos, como agimos e como entendemos o rugby.

Nossas seleções tem por obrigação impulsionar esse projeto, devem ser o espelho da administração no que concerne a modelo para os clubes, a busca por melhores resultados no momento ainda não pertencem única e exclusivamente aos jogadores, de fato eles ainda são a conseqüência do que podemos oferecer, brigamos para que eles sejam a causa unica dos grandes resultados que virão, qualidade nossos atletas tem para isso, se hoje temos uma boa estrutura de treinamentos e mesmo de excursões internacionais que viabilizam e passo a passo começam a fazer a diferença, por outro lado sabemos que estamos apenas no inicio, que incrementar, incentivar, capacitar, desenvolver as categorias de base é o que nos levara ao nível superior, que nossas federações e clubes tem que estar mais fortes e engajadas nesse processo.

Acredito piamente em nossos atletas, masculinos e femininos, sei do que são capazes e que diferentemente de outros grandes centros de rugby o Brasil terá um caminho único e seguro, seremos uma nação de rugby da melhor qualidade.










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